"Amor à primeira vírgula": a história de Manuella Osterne com a pintura Bauer

Foi pela mão da mãe, Carmen Osterne, que Manuella deu suas primeiras pinceladas na técnica Bauernmalerei — também conhecida como pintura Bauer. O ano era 1985, e a jovem de 20 anos rapidamente se apaixonou pelas vírgulas, pelas cores e pelas flores que brotavam da madeira com um simples toque do pincel.
Desde então, a pintura Bauer se tornou muito mais do que uma atividade artística: virou missão de vida, ferramenta de conexão com o divino e ponte com a comunidade. "A pintura, como qualquer arte manual, me acalma. Pintar flores alegra meu dia. E poder ensinar o que amo é o que me realiza profissionalmente", conta.
Do ateliê ao patrimônio cultural
O vínculo com a técnica foi além da arte. Manuella foi uma das principais vozes na mobilização pelo reconhecimento da pintura Bauer como patrimônio cultural. Mas, como ela faz questão de frisar, o início do movimento foi de sua mãe, que começou a ensinar a técnica de forma voluntária à comunidade de Monte Verde, distrito de Camanducaia (MG).
Com apoio da Secretaria de Cultura e Turismo, Carmen articulou em 2004 o pedido de reconhecimento da Bauernmalerei como patrimônio imaterial. Manuella deu continuidade à luta: em 2021, aprovou a lei municipal que criou a Semana Cultural da Pintura Bauer e o Dia Municipal da Pintura, celebrado em 2 de outubro, data de nascimento de sua mãe.
"A conquista veio depois de quase quatro anos de trabalho intenso. Com o apoio do vereador Serginho Vargas, conseguimos o reconhecimento estadual através da Lei nº 25.187, publicada no Diário Oficial de Minas Gerais", relembra com emoção.
Arte que impulsiona cultura e turismo
Para Monte Verde e seus artistas locais, esse reconhecimento significa valorização cultural, novas oportunidades e o fortalecimento do turismo. “Com a técnica sendo reconhecida, mais pessoas se interessam em conhecer, aprender e até participar de oficinas durante suas visitas à região”, explica Manuella.
E ela acredita que esse é apenas o começo. “Espero que cada vez mais gente descubra esse amor à primeira vírgula que é pintar Bauer. Florir o mundo é o nosso propósito.”
Parceria com a Condor: arte com qualidade e propósito
A valorização da técnica ganhou um aliado importante: a Condor. A empresa não só apoiou desde o início a Semana Cultural da Pintura Bauer como, em 2024, lançou dois kits especiais para a prática: um para superfícies rústicas (Ref. 593/2) e outro para superfícies lisas (Ref. 593/1.
"Sou muito grata à Condor. Eles sempre acreditaram no projeto e forneceram os materiais necessários para nossas oficinas. Ter pincéis de qualidade é fundamental para quem está aprendendo, especialmente para executar a vírgula, que é a base da técnica", destaca Manuella.
Para quem deseja começar: persistência e paixão
Ao ser questionada sobre o que diria para quem deseja se aventurar na Bauernmalerei, Manuella é direta: “Um bom pincel, treino, treino e mais treino. E, claro, uma vontade imensa de florir e colorir o seu dia”.
Se pudesse resumir toda essa trajetória em uma palavra, ela escolhe sem titubear: gratidão. Gratidão à mãe, à comunidade, aos apoiadores e à arte que segue florescendo, uma vírgula de cada vez.